sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Perspectivas 2014 - Massa de rendimentos



    No ano de 2013 a massa de rendimentos apresentou comportamento estável no primeiro semestre, com sinais de estagnação, porém voltou a subir a partir do segundo semestre. A massa de rendimento real efetivo de todas as pessoas ocupadas chegou a outubro de 2013 em R$ 46.202 milhões de reais. Alta de 2,4% na comparação anual, segundo dados do IBGE. 


     O comportamento da massa de rendimentos ao longo do ano passado seguiu a tendência do salário médio, haja vista que a população ocupada variou apenas 0,67% entre os meses de janeiro a novembro de 2013, enquanto que o salário médio variou 5,74% e massa salarial 6,45% no mesmo período.


    A redução do desemprego, explicada pela diminuição da PEA – e não por um aumento considerável da população ocupada – observada no segundo semestre de 2013 contribuiu para a elevação do salário médio, que por sua vez contribuiu para tirar a massa de rendimentos de seu marasmo. Para citar números, vejamos: a média da taxa de desemprego no primeiro semestre de 2013 foi de 5,7%; no segundo semestre (até novembro) foi de 5,2%. O salário médio variou respectivamente 0,2% e 6,3% e a massa de rendimentos saiu de uma variação negativa de -0,4% entre janeiro e junho de 2013 para uma alta de 7,1% no segundo semestre.


      Neste contexto, a perspectiva para este ano é de estagnação da massa de rendimentos, com uma leve deterioração, pois a taxa de desemprego tenderá a se elevar, como já dito anteriormente. Esta diminuição da massa salarial será acarretada justamente pelo aumento dos ganhos salariais verificados nos últimos anos, sem a contrapartida com aumentos da produtividade. O descolamento do custo de trabalho da produtividade, num primeiro momento dinamiza o mercado interno, mas posteriormente leva-o a um encolhimento, pois diminui a competitividade da economia brasileira, o que por sua vez afetará os rendimentos do trabalho. Este fenômeno deu sinais que já estaria acontecendo no primeiro semestre de 2013, mas os analistas não contavam com a diminuição surpreendente da PEA e a desvalorização, já no segundo semestre, do real, capaz de diminuir o custo unitário do trabalho; o que dá maior margem de flutuação aos salários.

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