No ano de 2013 a massa de
rendimentos apresentou comportamento estável no primeiro semestre, com sinais
de estagnação, porém voltou a subir a partir do segundo semestre. A massa de
rendimento real efetivo de todas as pessoas ocupadas chegou a outubro de 2013
em R$ 46.202 milhões de reais. Alta de 2,4% na comparação anual, segundo dados
do IBGE.
O
comportamento da massa de rendimentos ao longo do ano passado seguiu a
tendência do salário médio, haja vista que a população ocupada variou apenas
0,67% entre os meses de janeiro a novembro de 2013, enquanto que o salário
médio variou 5,74% e massa salarial 6,45% no mesmo período.
A
redução do desemprego, explicada pela diminuição da PEA – e não por um aumento
considerável da população ocupada – observada no segundo semestre de 2013
contribuiu para a elevação do salário médio, que por sua vez contribuiu para
tirar a massa de rendimentos de seu marasmo. Para citar números, vejamos: a
média da taxa de desemprego no primeiro semestre de 2013 foi de 5,7%; no
segundo semestre (até novembro) foi de 5,2%. O salário médio variou
respectivamente 0,2% e 6,3% e a massa de rendimentos saiu de uma variação
negativa de -0,4% entre janeiro e junho de 2013 para uma alta de 7,1% no
segundo semestre.
Neste
contexto, a perspectiva para este ano é de estagnação da massa de rendimentos,
com uma leve deterioração, pois a taxa de desemprego tenderá a se elevar, como
já dito anteriormente. Esta diminuição
da massa salarial será acarretada justamente pelo aumento dos ganhos salariais verificados
nos últimos anos, sem a contrapartida com aumentos da produtividade. O
descolamento do custo de trabalho da produtividade, num primeiro momento
dinamiza o mercado interno, mas posteriormente leva-o a um encolhimento, pois
diminui a competitividade da economia brasileira, o que por sua vez afetará os
rendimentos do trabalho. Este fenômeno deu sinais que já estaria acontecendo no
primeiro semestre de 2013, mas os analistas não contavam com a diminuição
surpreendente da PEA e a desvalorização, já no segundo semestre, do real, capaz
de diminuir o custo unitário do trabalho; o que dá maior margem de flutuação aos
salários.
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