Em 2013 a taxa de desemprego no
País teve como média o baixo valor de 5,4%, para o período de janeiro a
novembro de 2013. Com extremos de 6% em junho e 4,6% em novembro, o mais baixo
da série histórica.
Tal resultado
positivo para o ano que terminou é muito devido à diminuição da população
economicamente ativa (PEA). Por exemplo, em novembro de 2013, verificou-se
queda de 1% na PEA, quando comparado com novembro de 2012. No dado desagregado
por faixa etária houve redução de 6,5% nesse mês para o grupo de 18 a 24 anos e
de 7,9% para pessoas entre 15 e 17 anos. No acumulado entre janeiro e novembro,
ela subiu 0,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a
população em idade ativa (PIA) avançou 1%. A ocupação cresceu um pouco mais,
0,8%, e garantiu a redução do desemprego na última divulgação da PME. Contribuíram
para este resultado o aumento dos rendimentos do trabalho, mas também um maior
investimento por parte do governo federal em educação. Houve um incremento
considerável em vagas nas universidades e na concessão de bolsas de estudos, tanto
por meio da CAPES, como através de programas como o PROUNI.
A questão
preocupante desse fenômeno é que a criação de vagas de emprego continua reduzida,
o que demonstra uma exaustão do mercado de trabalho e incertezas sobre o futuro
da economia brasileira. Prevê-se saldo líquido de 770 mil postos de trabalho em
2013, contra 868 mil em 2012. Desse modo, tão logo baixe os rendimentos do
trabalho ou diminuam os investimentos em educação no País o desemprego
aumentará.
O setor que
mais criou vagas em 2013 foi o setor de serviços. Até novembro de 2013, ele era
responsável por 42% do saldo líquido de 1,5 milhão de vagas com carteira
assinada. A indústria, por sua vez, obteve um resultado menor de 18,7%. Em
2010, o arranjo era distinto, com serviços representando 36% dos 2,5 milhões de
postos abertos até novembro e a indústria, por 25%, segundo dados do CAGED.
Entretanto,
ainda o cenário para 2014 é otimista, com uma ligeira elevação do desemprego,
ao redor de 5,8%, e reduzido patamar da PEA. Deve-se isso a fatores como ano
eleitoral, que historicamente é um ano de políticas expansionistas, ou seja, o
governo não reduzirá os investimentos. A Copa do Mundo, que contribuirá para
dinamizar o mercado de trabalho; e a fatores estruturais, como o fato de quê os
investimentos que poderiam aumentar a produtividade e pressionar o aumento do
desemprego não têm sido tão intensos.
Quanto ao
desemprego por setores, a tendência é que se arrefeça a criação de vagas no
setor de serviços e se amplie na indústria, revertendo o verificado no ano
passado. Isso porque o faturamento nos serviços no ano de 2013 foi abaixo da
inflação. Na indústria, a desvalorização do real tenderá a estimular as
exportações e criar mais empregos nesse setor. O pequeno aumento do desemprego,
ainda a níveis que ainda não preocupam pode tornar a economia brasileira um
pouco mais competitiva, já que haverá tendência a redução do custo unitário do
trabalho.
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