quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Perspectivas 2014 - Taxa de desemprego



     Em 2013 a taxa de desemprego no País teve como média o baixo valor de 5,4%, para o período de janeiro a novembro de 2013. Com extremos de 6% em junho e 4,6% em novembro, o mais baixo da série histórica. 

Tal resultado positivo para o ano que terminou é muito devido à diminuição da população economicamente ativa (PEA). Por exemplo, em novembro de 2013, verificou-se queda de 1% na PEA, quando comparado com novembro de 2012. No dado desagregado por faixa etária houve redução de 6,5% nesse mês para o grupo de 18 a 24 anos e de 7,9% para pessoas entre 15 e 17 anos. No acumulado entre janeiro e novembro, ela subiu 0,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a população em idade ativa (PIA) avançou 1%. A ocupação cresceu um pouco mais, 0,8%, e garantiu a redução do desemprego na última divulgação da PME. Contribuíram para este resultado o aumento dos rendimentos do trabalho, mas também um maior investimento por parte do governo federal em educação. Houve um incremento considerável em vagas nas universidades e na concessão de bolsas de estudos, tanto por meio da CAPES, como através de programas como o PROUNI.

A questão preocupante desse fenômeno é que a criação de vagas de emprego continua reduzida, o que demonstra uma exaustão do mercado de trabalho e incertezas sobre o futuro da economia brasileira. Prevê-se saldo líquido de 770 mil postos de trabalho em 2013, contra 868 mil em 2012. Desse modo, tão logo baixe os rendimentos do trabalho ou diminuam os investimentos em educação no País o desemprego aumentará. 

O setor que mais criou vagas em 2013 foi o setor de serviços. Até novembro de 2013, ele era responsável por 42% do saldo líquido de 1,5 milhão de vagas com carteira assinada. A indústria, por sua vez, obteve um resultado menor de 18,7%. Em 2010, o arranjo era distinto, com serviços representando 36% dos 2,5 milhões de postos abertos até novembro e a indústria, por 25%, segundo dados do CAGED. 

    Entretanto, ainda o cenário para 2014 é otimista, com uma ligeira elevação do desemprego, ao redor de 5,8%, e reduzido patamar da PEA. Deve-se isso a fatores como ano eleitoral, que historicamente é um ano de políticas expansionistas, ou seja, o governo não reduzirá os investimentos. A Copa do Mundo, que contribuirá para dinamizar o mercado de trabalho; e a fatores estruturais, como o fato de quê os investimentos que poderiam aumentar a produtividade e pressionar o aumento do desemprego não têm sido tão intensos.  

Quanto ao desemprego por setores, a tendência é que se arrefeça a criação de vagas no setor de serviços e se amplie na indústria, revertendo o verificado no ano passado. Isso porque o faturamento nos serviços no ano de 2013 foi abaixo da inflação. Na indústria, a desvalorização do real tenderá a estimular as exportações e criar mais empregos nesse setor. O pequeno aumento do desemprego, ainda a níveis que ainda não preocupam pode tornar a economia brasileira um pouco mais competitiva, já que haverá tendência a redução do custo unitário do trabalho.

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